domingo, 29 de junho de 2008

ascaridiase


Ascaris lumbricoides

É um nematódeo, considerado o mais "cosmopolita" dos parasitos humanos. É a décima sétima causa mundial de morte. O macho adulto (1) pode atingir entre quinze a vinte e cinco centímetros, e a fêmea (2) de vinte a quarenta centímetros. Uma vez fecundadas, as fêmeas produzem ovos (3) que são liberados com as fezes para o ambiente.No ambiente, ocorre a maturação das larvas no interior do ovo. O desenvolvimento da larva completa-se em até três semanas, quando o ovo passa a ser infectante para o homem. Segue-se, então, a ingestão dos ovos pelo hospedeiro. No interior do intestino, as larvas rompem os ovos e penetram na mucosa, seguindo dois caminhos: circulação sanguínea ou migração visceral, ambos até os pulmões. Nos pulmões provocam lesões que podem causar manifestações respiratórias, além de febre e eosinofilia (Síndrome de Loefller); dos pulmões, as larvas desenvolvidas migram até a orofaringe para a deglutição. No trato gastrointestinal, localizam-se principalmente no jejuno, onde há acasalamento de adultos e ovipostura . O período pré-patente é de cinco a sete semanas.
Nos pulmões, ocorre bronquite e pneumonite, acompanhada de infiltração eosinofílica, pela presença das larvas jovens em migração. No TGI, pode haver obstrução, torção intestinal e localizações erráticas, como no apêndice. Os sinais e sintomas incluem os da Síndrome de Loeffler, astenia, prurido e coriza nasal, emagrecimento, dor e aumento do volume abdominal.
Hábitos de higiene e preparação adequada de alimentos (limpeza, fervura, cozimento) são medidas de prevenção.

ciclo do SCHISTOSSOMA MANSONI



CICLO DO SCHISTOSSOMA MANSONI



Helminto trematódeo causador da esquistossomose, popularmente conhecida no Brasil como "Barriga d'água", "Xistose" ou "Bilharziose". A Esquistossomose é um indicativo sócio-econômico importante, estando relacionada à pobreza. No Brasil, ocorre nas regiões Norte, Nordeste, e no norte das regiões Sudeste e Sul. Há aproximadamente 150 milhões de infectados por esquistossomatídeos no mundo, sendo 5 milhões só no Brasil.
O ciclo é do tipo heteroxênico. O ovo (1) do S. mansoni mede 150 micrômetros e é eliminado nas fezes do homem, sendo a forma diagnóstica de esquistossomose encontrada no Exame Parasitológico de Fezes. Eliminados e alcançando a água, os ovos eclodem originando miracídios (2), que medem 0,15 mm, e vão parasitar o hospedeiro intermediário: um caramujo do gênero Biomphalaria (3). No caramujo, o miracídio se desenvolve, dando origem a cercárias (4). Um miracídio pode dar origem a 100.000 cercárias. Na água, as cercárias parasitam o homem, penetrando-lhe a pele. Depois da penetração, as cercárias passam a se chamar esquistossômulos. Esses ganham a circulação venosa, chegam ao pulmão, coração, artérias mesentéricas e sistema porta. A maturação sexual ocorre nesse local após cerca de 30 dias da penetração, originado machos (5) e fêmeas (6) de 1 a 1.5 cm de comprimento. Há reprodução e ovipostura. Os ovos, após passarem da submucosa para a luz intestinal, são eliminados nas fezes. O tempo entre a penetração cutânea e o aparecimento dos ovos nas fezes é de 3 a 4 semanas.
Na fase aguda da infecção, ocorre a dermatite cercariana (inflamação aguda da pele no local da penetração da cercária). Na fase crônica, ocorre embolia pulmonar; hepatite granulomatosa (7)(infiltrado mononuclear, gigantócitos, eosinófilos) provocada pela presença dos ovos; fibrose do sistema porta, com conseqüente ascite e hepatoesplenomegalia.
Provou-se que evitar banhos em locais onde possa existir o hospedeiro intermediário (especialmente no crepúsculo), erradicar o caramujo hospedeiro, elaborar campanhas de conscientização, investir em saneamento básico, destinar adequadamente as fezes, além de tratar corretamente os doentes é suficiente para controlar tanto a proliferação como a cronificação da doença.